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Eternos caminhantes retorna ao Museu Lasar Segall após ‘turnê’ alemã

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Uma das obras mais icônicas pertencentes ao acervo do Museu Lasar Segall, quadro sobreviveu à perseguição nazista e foi adquirido pela família Segall em 1958.

Uma das obras mais icônicas pertencentes ao acervo do Museu Lasar Segall, quadro sobreviveu à perseguição nazista e foi adquirido pela família Segall em 1958.

O óleo sobre tela Eternos caminhantes (1919, 138 x 184 cm), uma das obras mais icônicas pertencentes ao acervo do Museu Lasar Segall, retornou à exposição de longa duração do museu nesta terça-feira (15) após “turnê” na Alemanha iniciada em abril 2018 – durante a qual foi exibido, mediante empréstimo, em três exposições naquele país, promovidas nas cidades de Wuppertal, Düsseldorf e Dresden. O quadro integrou exposição de grande escala realizada pelo Museu Von der Heydt, da cidade de Wuppertal, dedicada ao pintor polonês judeu Jankel Adler (1895-1949).

A exposição “Jankel Adler – e a vanguarda – Chagall | Dix | Klee | Picasso”, que ficou em cartaz até agosto do ano passado, apresentou uma seleção representativa da obra de Jankel Adler junto a obras de artistas que foram seus amigos e/ou o inspiraram, como o próprio Lasar Segall. Além de Eternos caminhantes, foram cedidos para a mostra os óleos sobre tela Meus avós (1921) e Autorretrato II (1919), além de uma carta escrita por Adler em 1922 a Segall.

Em novembro de 2018, dando sequência ao roteiro, Eternos caminhantes foi exibido na exposição “Museu Global – Micro histórias de um modernismo excêntrico”, que teve lugar no Museu Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, em Düsseldorf. A exposição apresentou “micro-histórias” sobre a modernidade para além da narrativa-padrão da história da arte ocidental, introduzindo artistas e grupos artísticos do Japão, Brasil, México, Índia, Líbano e Nigéria considerados modernos. Uma delas focalizou Lasar Segall e a temática da migração em sua obra, abordando como Segall desempenhou papel importante tanto no expressionismo alemão quanto no modernismo brasileiro.

Além de Eternos caminhantes, foram emprestados para a exposição em Düsseldorf os óleos sobre tela Navio de emigrantes (1939/40) e Encontro (1924), além de 8 gravuras da série Emigrantes. Também foram cedidos temporariamente para a exposição 12 cartões postais e fotografias, 4 livros e 4 cartas pertencentes ao Arquivo Lasar Segall.

A última parada de Eternos caminhantes no itinerário 2018-2019 pela Alemanha aconteceu na cidade alemã em que Lasar Segall produziu o quadro, e que foi decisiva para sua formação artística: Dresden.

A exposição “Sinal para um novo início! O Centenário da Secessão de Dresden – Grupo 1919 (“Signal zum Aufbruch! 100 Jahre Dresdner Sezession – Gruppe 1919”), que ficou em cartaz entre junho e setembro deste ano, celebrou o centenário do importante acontecimento na história da arte do século XX ali ocorrido, que teve em Lasar Segall, então morador da cidade, um de seus protagonistas.

Exibida na Städtische Galerie, a mostra reuniu de novo em Dresden 80 pinturas e trabalhos em papel de doze criadores que integraram a chamada Secessão de Dresden – que arregimentou, no período efervescente e cheio de incertezas que a Alemanha viveu após a Primeira Guerra Mundial, um grupo de artistas engajados na busca de uma arte “interiormente verdadeira” e com preocupações sociais.

Uma das peças-chave da montagem, Eternos caminhantes esteve no centro da exposição em Dresden, que também exibiu as obras Retrato de Paul Ferdinand Schmidt, Retrato feminino de Mary Wigman, Autorretrato II e Criança morta, todas datadas de 1919 e pertencentes ao acervo do Museu Lasar Segall, que fez o empréstimo temporário. Saiba mais.


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