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Exposição no MHN aborda história dos rios cariocas

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Chafariz_Rua_Riachuelo_A.-Correa_Costa-1920_Créditos_-MHN_Divulgação-241x300Ao escrever o samba “Eu e o Rio” nos anos 1960, o compositor carioca Luís Antônio (1921-1996) alertava em seus versos sobre a necessidade da preservação dos rios para a própria sobrevivência humana. E por que eles estão morrendo?

Este é um dos motes para a exposição “Rios do Rio – as águas doces cariocas, ontem e hoje”, que o Museu Histórico Nacional (MHN) inaugurou na última quarta-feira (24) e traz à tona a relação dos cariocas com os 267 rios que cortam a cidade do Rio de Janeiro por meio da arte contemporânea e bens culturais históricos, num diálogo inédito.

Para compor o núcleo histórico da exposição, instituições como Arquivo Geral da Cidade, Fundação Biblioteca Nacional, Fundação Casa de Rui Barbosa, Museu da Chácara do Céu/Museus Castro Maya, Museu Histórico da Cidade do RJ, Museu da Marinha e Museu Histórico Nacional emprestaram obras que têm o tema das águas doces e dos rios como destaque.

Bicas d’água dos antigos chafarizes da Carioca e das Marrecas; a pintura do Largo do Depósito, realizada por Almiro Reis em 1901; além de obras originais de Jean-Baptiste Debret e Johann Rugendas estão entre as obras do núcleo histórico.

Do núcleo de arte contemporânea participam 18 artistas e um coletivo, cujos trabalhos apontam para a conscientização sobre a preservação dos rios, utilizando diferentes suportes – instalação, videoescultura, fotografia, filme, pintura e bordado.

“Rios do Rio” é fruto de mais de um ano de trabalho de Flavia Portela, coordenadora do projeto; e Luciana Frazão, pesquisadora. A curadoria é de Fernanda Pequeno.
“Buscamos ampliar as dimensões das águas doces cariocas para além de uma apreensão idílica, acionando também suas melancolias úmidas, sonhadoras, lentas e calmas”, diz a curadora. Propõe também a reflexão sobre “os poderes curativos das águas doces, como também sobre os processos irreversíveis de soterramento que elas têm sofrido ao longo de evolução urbana”.

A exposição vai muito além, enfatiza Fernanda Pequeno: “do desafio inicial de procura por fontes com potabilidade e volume suficientes, visando canalizações para consumo, passamos hoje à necessidade premente de preservação das nascentes e dos olhos d’agua, a fim de evitar crises de abastecimento, sem deixar secar a esperança que move toda a questão”.

“Rios do Rio” é uma realização Estúdio F/Editora Lacre com correalização do Museu Histórico Nacional/Ibram e tem patrocínio do Banco Guanabara por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A exposição fica em cartaz no MHN (Praça Marechal Âncora – Centro, no Rio de Janeiro).

Foto: “Chafariz da Glória” (A.Correa Costa, 1920). Acervo MHN.


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