O Museu da República/Ibram inaugurou no sábado (15) a exposição Quimera, que reúne três gerações e quatro artistas. Com curadoria de Isabel Sanson Portella e Ricardo Kuguelmas, e obras de Ana Prata, Bruno Dunley, Véio e Liuba Wolf a exposição trata-se de um diálogo de gerações onde a exaltação imaginativa em diferentes técnicas aparece como destaque.
A Quimera mitológica, símbolo complexo de criações imaginárias do inconsciente, representa a força devastadora dos desejos frustrados, dos sonhos que não se realizam, da utopia e fantasias incongruentes. Monstros fabulosos alimentam, desde sempre, a imaginação do homem com devaneios necessários à expansão da alma.
A exposição Quimera está em cartaz na Galeria do Lago, com entrada franca, de terça a sexta, das 10h às 12h e das 13h às 17h e aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h. O Museu da República, que fica na Rua do Catete, 153, Catete, no Rio de Janeiro (RJ).
SAIBA MAIS SOBRE OS ARTISTAS
Liuba Wolf
Inserida na tradição da escultura moderna desde os anos 1950, é considerada uma das pioneiras entre as artistas mulheres que se dedicaram à arte de esculpir. Inicialmente figurativa, a artista passou, a partir dos anos 1960, por uma significativa mudança formal que a levou à “quase abstração”, tendo a figura do animal como referência. Suas obras, como a própria artista afirma, vêm do inconsciente e são uma “simbiose entre vegetal e animal. ” A força e beleza de seus trabalhos inspirou, certamente, toda uma geração de artistas que se seguiu.
Véio
Artista sergipano dos mais destacados na arte popular brasileira, utiliza a madeira para representar o seu olhar crítico sobre o homem e a vida no sertão nordestino. Transforma restos de troncos da beira do rio, em esculturas coloridas, seres imaginários e personagens místicos que surgem das histórias de assombração ouvidas na infância. O universo de Véio, autodidata e muito enraizado em sua terra natal, é povoado pela tradição popular que o faz perceber o poder da transformação e da luta pela forma pura.
Ana Prata
A artista entende a pintura como meio de experimentação e linguagem. Seus trabalhos apresentados em Quimera trazem algumas propostas bastante significativas nesse diálogo de gerações e lugares de fala. A procura pela liberdade, o prazer criativo e a imaginação são pontos em comum nos quatro artistas selecionados. Para Ana Prata é importante variar, criar sempre algo novo para que outros sentimentos aflorem. Sua obra está aberta a novas propostas e respostas. E é sempre no olhar do expectador que a narrativa se completará.
Bruno Dunley
Sua prática é voltada para a abstração gestual, sem, entretanto, perder o foco na representação dos objetos. Para ele existe uma mudança fundamental na função da imagem que deixa de ser forma única de apresentação de uma idéia. As cores utilizadas, delicadas mesmo quando as imagens são violentas, aparecem ora em manchas, ora como fundo para os desenhos. Quase sempre há uma cor predominante, pastel seco aplicado com vigor além de traços em carvão. Bruno não procura a beleza perfeita e absoluta, mas cada vez mais pensa em uma beleza possível, direta. Algo que faça o espectador apurar o olhar e criar sua própria experiência sensorial.
Texto: Ascom do Museu da República/Ibram
Edição: Ascom do Ibram